Poesias

Posso definir minhas poesias como suspiros..
São suspiros não ouvidos da minh'alma..
São suspiros insaciaveis do meu coração..
São desejos e verdades,mentiras inventadas..
São momentos em que se perde a razão..
São sentimentos que deixam a roupa suja lavada..
São desabafos,claro com emoção..
São disfeitas bem feitas..
São convites recusados..
São os sentimentos esquecidos..
São amores nunca amados..

Que você posso ler esse blog e suspirar comigo,talvez você se identifique com alguma poesia,talvez não..
Mas de verdade deixo aqui os suspiros eternos do meu coração..

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Pés no chão





Não dá para manter os pés no chão quando se está amando, o amor nos dá automaticamente essa sensação de que estamos flutuando de alguma forma. Sentimos o coração bater mais forte várias vezes ao dia, pensamos na pessoa amada ou lembramos de algo que ela disse, ou de como ela disse a lá vem aquele sorriso involuntário em nossa face. Amor é uma coisa louca, faz com que nós nos sintamos mais dispostos, mais alegres, mais felizes. Poder acreditar no amor verdadeiro é quase um milagre, sabe aquele amor que vem e vai durar a vida toda, e em uma tarde de outono você vai se dar conta de que está sentado em um jardim olhando o pôr do sol depois de velho, e ainda capaz de amar aquela mesma pessoa desde a juventude, talvez um amor muito mais intenso do que antes... Acreditar é loucura? Não sei, para muitos é sim, mas e daí? Se o próprio amor já é louco, então a maior loucura é amar, mas também é a melhor maravilha, amar é a melhor coisa que há, e quando é recíproco então tudo fica ainda mais perto da perfeição, porque o que te sustenta agora não esta mais em você, mas sim na batida de um outro coração.

Carolina Trentino 

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Um desejo realizado


 
Vi um senhor sentado na praia, ele tinha cara de um grande mestre, olhava o mar como quem pudesse enxergar o outro lado do oceano, talvez ele pudesse, ou quisesse, talvez lá houvesse alguém que ele muito desejasse. Cheguei-me mais perto, queria conversar, mas ele estava concentrado, será que ele viu eu me aproximar? Queria saber todas as histórias, ele parecia ter muitas para contar, mas que direito tinha eu de perguntar? Não sei se pra perguntar precisa de direito, sentei-me ao seu lado, ele ficou meio sem jeito, eu não aguentei e lhe disse “senhor o que ficas a olhar?”, ele me olhou, abaixou a cabeça e suspirou, balbuciou algumas palavras, ouvi algo relacionado ao amor, suspirando novamente ele disse enquanto me olhava que lá do outro lado estava o seu amor, ele não sabia ao certo em qual direção ela estava, mas que isso era o que menos importava, pois ela já não estava em seus braços, já não recebia mais o seu carinho, poderia até ser que ela houvesse encontrado outro amor, quem sabe não tivesse casada, com filhos e netos, pude ver uma lágrima escorrer em sua face, aquela era a primeira de muitas que ainda estavam por vir, ele disse que quando se ama não se pode deixar pra depois, o amanhã não existe quando se trata do amor, que se havia algo que ele estava arrependido era de todo o amor não declarado, olhando-me fixamente ele falou “Ela estava para partir, a sua família iria embora, mas ela me jurou que se eu dissesse que a amava ela ficaria, segurou em meus braços me chacoalhou, eu a olhava sem nada dizer, meu coração estava disparado, eu tinha medo de um dia, por ela, ser trocado, porque ela fugiria por mim? Não havia motivos, era isso que eu pensava, e eu simplesmente esperei ela se cansar de chorar, de gritar, de me bater, ela ajoelhou-se em minha frente ainda chorando, a única coisa que eu consegui fazer foi ir embora, por mais que por dentro meu mundo desmoronasse naquele instante, ela não podia ver isso, não sabia disso, provavelmente pensou que eu apenas me diverti com ela, mas ela não sabe o quanto a amei,e nunca saberá, todos os dias no final da tarde eu venho para olhar o mar, espero até que a noite chegue, pois talvez ela também olhe a lua de onde está com a mesma esperança que em mim habita tentando me enxergar...” . Ele foi se levantando, começou a enxugar suas lágrimas, olhou-me novamente e disse “Se eu pudesse algum dia ter uma desejo realizado, este seria poder lhe contar que eu passei a vida toda imaginando-a novamente em meus braços...”

Carolina Trentino

Ir embora


 
 
Cansada eu já estava, sentia meus pés molharem-se no mar, andava na areia da praia, a noite estava prestes a chegar, o vento estava suave, era possível ouvir o barulho do mar, as ondas estavam inquietas e a praia a minha volta já estava deserta. A solidão era tão intensa que eu quase podia tocá-la, não restava mais nada depois de um dia de muito sol. Antes eu via crianças brincando na areia, meninos jogando bola, pais atrás de seus filhos que corriam, brincavam, se perdiam pelo mar, gente bebendo, comendo, caminhando, mas agora não restava nada, nem ninguém, apenas o vazio da praia, apenas essa tal solidão. Pus-me a pensar e pude perceber que antes a praia estava lotada, mas a solidão já estava aqui, porque eu a queria aqui, eu a fiz ficar, não sei por qual motivo eu a fiz ficar, queria que ela estivesse por perto, e eu não achava que fazendo isso eu estava certo, mas talvez o tempo fizesse tudo se acertar. Deitei-me na areia, queria ver a noite chegar, nem a solidão estava mais por perto, já não havia mais forças para me levantar, foi quando, finalmente, pude ver você em minha direção caminhar, caminhava a passos lentos, o vento te tocava, sentia chegar cada vez mais perto o seu cheiro, e eu repetia baixinho para mim que eu não mais te amava. Chegou e me olhando sem nada dizer, tudo bem, nem precisava, entendeu-me a sua mão, enquanto eu apenas te olhava. Você sorria, o seu sorriso desde sempre me encantava, sentia dentro do peito meu coração batendo acelerado, não entendia o que você fazia ali, um filme passou com minhas memórias, e imaginando-me sofrendo tudo outra vez eu apenas levantei e com lágrimas nos olhos fui embora.
 
Carolina Trentino