Poesias

Posso definir minhas poesias como suspiros..
São suspiros não ouvidos da minh'alma..
São suspiros insaciaveis do meu coração..
São desejos e verdades,mentiras inventadas..
São momentos em que se perde a razão..
São sentimentos que deixam a roupa suja lavada..
São desabafos,claro com emoção..
São disfeitas bem feitas..
São convites recusados..
São os sentimentos esquecidos..
São amores nunca amados..

Que você posso ler esse blog e suspirar comigo,talvez você se identifique com alguma poesia,talvez não..
Mas de verdade deixo aqui os suspiros eternos do meu coração..

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Medo


A tarde passa suave
O sol quer ir embora ligeiro
Uma grande dor me invade
Pois o vento traz o teu cheiro

A lua insiste em chegar
O dia quer desaparecer
Meu coração quer te amar
Mas tem medo de te ter

Medo de te ver chegar
E depois ter que te ver partir
Medo de muito se apaixonar
Medo de muito se iludir

Medo de finalmente sentir
O coração batendo mais forte
De se encontrar perdido por ai
Sem saber onde é o sul ou o norte

Medo de sentir de vez a felicidade
De saber que o tempo passa
E nessa intensidade
A solidão não mais me abraça

O seu cheiro me encontrando
Esse cheiro todo perfumado
E eu fico quieto pensando
Quando te terei ao meu lado?

Pois apesar do medo, te quero
Apesar de tudo o que sinto
Mesmo com tanta incerteza te espero
Em busca da verdade, já não minto

 A verdade é que o medo
Tentou me fazer incapaz
Agora já não é tão cedo
Mas mesmo assim eu quero mais

Mais de você nesse vicio profundo
Eu quero pra sempre te ter
Pois você acomodou meu mundo
Mesmo sem perceber

O medo agora é de te perder
Não mais de te amar
É de ficar só sem perceber
Que não posso mais te abraçar

Enquanto eu puder te fazer feliz
Eu sei que você estará
No lugar que eu sempre quis
Ao meu lado você ficará

Nos meus sonhos te encontro
Você é o meu maior desejo
Porque tudo finalmente se completa
Quanto os teus olhos eu vejo

Mas tudo parece bagunçado
Nada esta em seu lugar
Não te vejo mais ao meu lado
Nem sei onde te encontrar

Agora já não há o que fazer
Mas se as estrelas eu terminar de contar
Mesmo sem nada entender
Eu irei apenas te procurar

Pra quem sabe te fazer voltar
Mas se você não me quiser agora
Direi tudo o que tenho pra falar
Ver você sorrindo, me doerá ir embora

Carolina Trentino

Solidão


A dor me acompanha sempre
Por onde quer que eu vá
Não pode ser diferente
Comigo certamente ela estará

A chuva não me molha mais
O sol também não me aquece
O frio vem e tanto faz
Tudo pouco a pouco me enlouquece

Muitos querem viver,
Têm sede de vida e então
Acabam a se envolver
Em questões fúteis do coração

Nem tudo na vida é amor
Mas dizem que o amor é tudo na vida
Há quem compre bombom, ou dê uma flor
Mas a dor vem logo em seguida

Pra que amar loucamente
Se pouco a pouco tudo passa,
Se nem será eternamente?
O amor é um jogo só de trapaça

Se o amor sempre ganhasse
Não existiria a dor
Nem quem dela se lembrasse
Seja isso como for

Se alguém ama eu sei
Que esse alguém me encontrará
Não diga que eu não avisei
Pois logo você saberá

Pois quando tudo acabar
E o frio vier te iludir
Não precisa se apavorar
Pois eu - a solidão - estarei bem aqui

Pouco a pouco te iludirei
E trarei a dor comigo
Pra você eu cantarei
E te darei meu ombro amigo

Chorar não adianta
Implorar, também não
Pois se perder a esperança
Eu te estenderei a mão

Posso, para sempre, te acompanhar
Mas não fique muito alegre
Nem muito de mim espere
Pois mesmo comigo, sozinho você vai estar

E quando o frio finalmente te aquecer
Verás que não tens alegria
Pois a vida passou sem perceber
Que nada restou além da minha fútil companhia

Sorrindo e cantando


Quero ser apenas como a lua
Brilhar a noite toda sozinha
Quero ser o motivo da insônia sua
Enquanto admira toda a beleza minha

Quero ver o mundo lá de cima
Quero cantar qualquer canção
Quero sorrir e fazer uma rima
Quero também esquecer o meu coração

Vou caminhar porque quero
Vou seguir a vida sem entender
O porque de que não te espero
Acho que isso não sei te dizer

Sinto, choro, insisto
Sorrio, canto e encanto
Mas porque eu apenas existo
Quando derramas o teu pranto?

Quero brilhar na noite enquanto
De dia desapareço no céu
Distribuo sorrisos com todo o meu encanto
Imagino um mundo todo de papel

Mas meu mundo é outro e me engano
E quando quero te esquecer eu esqueço
Quando não quero amar eu não te amo
Mas quando quero dormir não adormeço

E acordo querendo fazer arruaça
Querendo descobrir o mundo
Mesmo que ele seja só de trapaça
Mesmo que ele pareça imundo

Quero ser como a lua
Junto das estrelas brilhando
E quando tudo parecer tão triste
Eu estarei apenas sorrindo e cantando


Carolina Trentino

O cara solitário



Tem um cara solitário
Que mora no segundo andar
Ele é grande feito um armário
E tem um jeito estranho de falar

Ele não recebe visita, parente ou amigo
Um dia fui falar com ele
E ele não quis falar comigo
Talvez ele goste de ficar sozinho

Ele sai cedo pela manhã
Talvez ele vá trabalhar
Esta sempre comendo uma maçã
Até quando leva o cão pra passear

Mas algo outro dia aconteceu
Seu rosto de repente mudou
O seu olhar se perdeu
Do que era antes nada ficou

Seus lábios parecem quere sorrir
Agora não fica tão mudo
Me fala “oi” quando me vê por ai
Ele mudou completamente tudo

Eu ia em uma festa
E resolvi então o convidar
Bati na porta com pressa
Mas ele não parecia lá estar

Toquei a campainha
Mas como ele não vinha
Resolvi depois voltar
Quem sabe outra hora não iria lhe encontrar

Havia um tumulto de repente
E aquela imagem não sai de minha mente
Todos aqueles médicos e policias
Todos viram saiu nos jornais

Talvez ele não tivesse mesmo família
Pois dele ninguém veio atrás
Encaixotamos a sua mobília
Que ele possa descansar em paz

Me dói ele ter morrido sozinho
Mas quem poderia prever?
Ele morreu sem amor, nem carinho,
Ele morreu sem a vida conhecer

Carolina Trentino



Sozinho



Quero caminhar sozinho
Pois já cansei de ter companhias
Quero traçar o meu caminho
Quero finalmente conhecer a alegria

Quero seguir um rumo incerto
Por ter segurança de onde vai dar
Mesmo que o medo esteja por perto
Nada me fará parar

Mesmo que algo eu venha perder
Nada mais agora é importante
A dor já não pode mais deter
Quem do mundo esta tão distante

Já não tenho medo da solidão
Na verdade agora eu a procuro
Mas ela nem sequer me estende a mão
E o meu mundo fica cada vez mais escuro

O chão parece não querer me tocar
Nem ao menos de mim querer saber
O sol vem me condenar
E quando chegará a lua para me absolver?

E se o mundo tão somente parar de girar?
Ou o sol apenas desaparecer?
Isso tudo irá desesperadamente me lembrar
De que mesmo morto irei apenas viver

Pois não importa o quanto eu caminho
Ou o quanto estou parado
Porque enquanto eu estiver sozinho
Mesmo certo estarei absolutamente errado

    Carolina Trentino

Um pouco de mim




O nosso amor acabou
Apenas como tinha que ser
Foi, sim, bom enquanto durou
Mas confesso irei te esquecer

Não vou mentir que talvez,
Quem sabe eu possa chorar
Mas chorarei tudo de uma só vez
Para depois poder festejar

Para quem sabe encontrar um novo amor
Para quem sabe apenas encontrar
Alguém que me afaste da dor
Alguém que queira a mim se entregar

Mas quero algo diferente de nós dois
Pois os detalhes serão importantes agora
Nada deixarei simplesmente para depois
Nem tampouco por nada irei embora

Só quero sinceramente te falar
Que de vez em quando vou pensar em você
Mas não é por ainda te amar
 só que às vezes um pouco de você me faz bem

Afinal se tudo acabou
Foi tudo simples, sendo assim
Pra sempre terei um pouco do teu amor
E você sempre terá um pouco de mim


Carolina Trentino

Desespero



Corro pra longe de tudo
Quero ficar em silêncio
Quero ficar só no mundo
Quero gritar, mas estou mudo

Quero esquecer a vida
Quero esquecer a dor
Mas não saram as minhas feridas
E me esqueço apenas do amor

Do amor de viver,
Do amor de sonhar,
O gelo parece me aquecer
Enquanto o fogo vem me esfriar

Minhas mãos trêmulas apenas,
Sem muito tato, querem algo pegar
Talvez seja a solução dos meus problemas
Ou, seja eles alimentar

Minha vida passa num filme mudo
Apenas com meu caderno, companheiro
Percebo que nessa vida, tudo
Foi apenas o lugar do desespero

O desespero de não querer amar,
De não querer sonhar, nem sentir
Porém o pior desespero é se encontrar
Cansado, já sem vontade de existir



Carolina Trentino